Programas tentam manter alunos de baixa renda nas universidades
O avanço de bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni), com bolsas para alunos de baixa renda estudarem em universidades privadas, e a política de cotas nas universidades públicas aumentaram a entrada de jovens em situação de maior vulnerabilidade social no ensino superior. Dentro das universidades, no entanto, esses jovens enfrentam dificuldades extras como deficiências na formação, trajetos longos no transporte público por morarem em áreas menos privilegiadas das cidades e o custo elevado de alimentação, por exemplo. Esses obstáculos acabam provocando, algumas vezes, que o sonho do diploma no ensino superior fique para trás.
Alguns projetos atuam justamente para ajudar na manutenção desses jovens na universidade e permitir que concluam os cursos, dando mais chances de uma vida melhor. Para além de apoio financeiro, há foco também em apoio pedagógico e psicológico.
Nas universidades públicas, há também iniciativas de ex-alunos de universidades públicas para ajudar atuais alunos a concluírem seus cursos. Um dos pioneiros é o Amigos da Poli, fundo patrimonial da Escola Politécnica da USP, lançado em 2011, que apoia dezenas de projetos para a formação de alunos de forma ampla – e não apenas aqueles de baixa renda.
Inspirados na experiência, ex-alunos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) lançaram o SempreFEA. O escopo de atuação também é mais amplo – financiamento de projetos ligados a empreendedorismo, excelência acadêmica, extensão universitária e inclusão e equidade -, mas alunos em situação de vulnerabilidade estão entre as prioridades, segundo a cofundadora e hoje conselheira da SempreFEA, Andrea Andrezo.
“Queremos retribuir o que recebemos. Muitos dos projetos beneficiam alunos em situação de vulnerabilidade. As bolsas que são pagas ajudam na permanência na universidade, já que muitos em outra situação teriam que trabalhar”, explica ela.
Entre os projetos neste âmbito, estão o Generas – formação em educação financeira para empreendedoras da periferia – e a Associação de Negros Feanos (Anfea-USP), aceleração de carreiras de alunos e recém-formados negros.
Para acessar a reportagem, clique aqui